foram trabalhos poemas de Fernando Pessoa, lidos digitalmente através de imagens, induzindo a leitura, com jogos de descobertas, rimas. Seguiram-se atividades lúdicas de entoação dos poemas em música, de dança e por fim de pintura de retratos de Pessoa. Depois, autonomamente, as educadoras desenvolveram o projeto, partindo da leitura de poemas para a sua ligação a visitas a museus e a produções plásticas diversas. No Centro Escolar da escola Básica Mário Beirão, a BE apoiou a pesquisa de poemas para a montagem do ballet “Carnaval de Animais”, que se realizou no final do ano letivo. Antes da abertura de cada parte do bailado, os alunos disseram um poema aprendido e memorizado, seguindo-se a respetiva dança.

 No 1º ano, as sessões começaram pela leitura digital e jogos de adivinhas e rimas, ligando a imagem aos sentidos e sons do texto, passando à resolução de um guião de leitura e realização e trabalho plástico. Com o primeiro poema de Eugénio de Andrade “Adivinha”, os alunos desenharam, por processo de decalque, os “seus animais esquisitos”, que depois de desenhados, pintados, foram passados a azulejos. No poema “Balada das vinte meninas friorentas”, a abordagem foi semelhante, com ligação à música e o trabalho plástico, nas duas turmas que o trabalharam foi distinto: uma moldou andorinhas em barro e outra aprendeu a desenhar andorinhas por passos e formas geométricas. No final, ambas as turmas passaram algumas andorinhas a azulejo. O poema “Figuinho da capa Rota” resultou na composição de um painel com uma figueira, figos e pássaros, composto coletivamente, com recurso a diferentes técnicas: pintura por esponjas, pintura com dedos, recorte, pintura com lápis e colagem. No 2º e 4º ano, o trabalho iniciou-se pela oficina de leitura sensorial, passando-se à leitura de poemas. Aqui, para além do jogo da leitura digital e visual, com jogos de rimas, a resolução de guiões, as turmas tiveram de resolver, no trabalho de um dos poemas, um webquiz. O trabalho do poema “O cavalo e a Estrela” foi feito ainda através de uma viagem em Google Earth, que desenhou o percurso do Rio Mondego, da nascente à foz. No 2º ano, sendo o tema das poesias trabalhadas os animais, foram realizados móbil com arames e lã. No 4º ano, o poema “Formiguinha descalça” de Matilde Rosa Araújo, resultou, com a articulação com o projeto Herança com Raízes, numa música tradicional (moda alentejana), e num livro ilustrado – cada quadra, uma ilustração de grupo. O poema “O Cavalo e a estrela” da mesma autora resultou em aguarelas de cavalos, através da aprendizagem de desenho a partir de formas geométricas e passos.

Os textos de leitura cobriram todos os autores de poesia das metas literárias de 7º, 8º e 9º anos: desde Cantigas de amigo e amor, a Sá de Miranda, Camões, Florbela Espanca, Bocage, Cesário Verde, Sebastião da Gama, Camillo Pessanha, Fernando Pessoa, Alexandre O´Neill, Eugénio de Andrade, Sophia de Mello Breyner Andersen. Iniciou-se o trabalho pela leitura sensorial, passando à leitura em grupo, através da resolução de guiões e apresentação ao grupo turma da leitura do grupo. Este trabalho foi acompanhado pela resolução de exercícios de consolidação e de compreensão de leitura, na aula de Português, e contextualizado em História. No final da leitura, em Educação Visual ou Comunicação visual os alunos criaram a silhueta de 7 poetas – Camões, Pessoa, Cesário, Alexandre O’ Neill, Sophia, Trovador -, coberta com uma composição de azulejos de Beja. Esta atividade foi desenvolvida em articulação com o Departamento de Expressões, professores de Educação Visual, e a Associação de Defesa do Património de Beja, no âmbito da atividade SOS Azulejo. A turma do 2º ano do Curso Vocacional de Multimédia, fez a ilustração do poema “De tarde” de Cesário Verde e uma das turmas de 7º ano, a ilustração dos poemas “Papagaio de Papel” de Sebastião da Gama e “Gaivota” de Alexandre O’ Neill.